sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Bases da discriminação

Diante da análise do contexto histórico, é importante pensarmos que a origem da discriminação não é Biológico-racial. Os aspectos biológicos, assim como a Religião (em especial a Igreja Católica) foram utilizadas para justificar um modo de exploração comercial.

No Brasil, após a abolição das escravidão, todo o contingente de Afrobrasileiros foi abandonado a própria sorte. Sem educação, formação profissional, moradia e direito à terra. A consequência natural desse processo foi a marginalização.

Qualquer povo de qualquer etnia seria forçado a seguir os mesmos caminhos. Estão livres. E agora???
Mandá-los de volta já não era possível.
O interessante é que a Proclamação da república foi apressada pela falta de uma indenização que deveria ser paga aos proprietários pela perda do seu patrimônio (escravos).
Não se cogitou, em nenhum momento, a possibilidade de indenização da população Afro-brasileiras pelos crimes sofridos.
Portugal está praticamente falido, mas eu proponho uma ação indenizatória que beneficie a todos os Afrodescendentes que sofreram atraso no seu desenvolvimento geracional devido aà escravidão e ao abandono após a Abolição.
Nesse sentido, a expressão "Negro correndo é ladrão" tem certo grau de plausibilidade pois a chance de um ladrão ser negro, pelos motivos abordados, é naturalmente muito maior. Basta analisarmos as cores da nossa população carcerária.
Esse é só um exemplo que devemos encarar de frente e com coragem para entender o processo. Devemos abandonar o falso moralismo e o falso pudor diante de certas expressões e analisar sua origem. Só assim poderemos desenvolver ações positivas para o resgate através da Educação, do Trabalho Digno e do Acesso à Terra.

O que um Português vem fazer no Brasil?


Do ponto de vista de Caio Prado Jr, os Negros e índios possuíam uma esmagadora inferioridade cultural e consequentemente não contribuíram de forma signnificativa para a formação cultural do povo Brasileiro. Entretanto, será que Caio Prado trata o conceito de Cultura em um sentido Antropológico? Será que ele não entende por cultura o patrimônio imaterial que nos foi legado pelos Gregos e que é a base forte da nossa "cultura" ocidental? Sobre isso vou esperar os comentários.

Gilberto Freyre, interpreta a questão em um sentido mais amplo e aceita como contribuições culturais o aspecto linguístico, a comida, e outros elementos da vida cotidiana. Para Freyre, a democracia racial brasileira foi resolvida na cama (É essa cama que você está pensando mesmo!). A Atração sexual entre Senhores e Escravas, entre Sinhás e Escravos; a falta de controle que a Igreja Católica exercia em um país quente e com muita gente pelada, lugar onde tudo parecia permitido, selou o processo de miscigenação do povo brasileiro.
Aqui para nós, quem veio para o Brasil é por que não tinha o que fazer em Portugal: Aventureiros, endividados, prostitutas, degredados, em fim, não foi a melhor porção da população Portuguesa que formou as bases leucodermes da nossa população.

sábado, 26 de novembro de 2011

A redução à condição de Escravo

Não foi a cor da pele que reduziu alguns povos africanos à condição de escravos. Uma série de condições que incluíam: Isolamento geográfico com relação aos povos Europeus e a conseqüente falta de oportunidade para desenvolver estratégias bélicas de auto defesa eficientes; encontrarem-se na rota de navegação de povos com tecnologia bélica muito superior a sua e com necessidade de mão de obra escrava; o cultivo tardio (se compararmos aos povos europeus) do comércio interno de escravos; dentre uma infinidade de outros fatores. Nesse sentido, se recordarmos que a prática da escravidão foi recorrente em diversas civilizações ao longo da história do ocidente, uma macro análise da questão poderá revelar que as causas do processo da “escravidão negra” se deu em virtude da necessidade mercadológica e por uma extrema assimetria armamentista entre os povos em questão.

O processo de deportação com fins escravistas não se deu de modo uniforme em todo o continente Africano. Muitos povos, devido a sua capacidade de auto defesa, ou isolamento geográfico, permaneceram imunes a essa questão.

O Reino da Etiópia foi um grande exemplo de resistência e de não subserviência, não só  ao escravismo,  mas também ao processo de colonização da África.